Nas primeiras horas da manhã, quando meu corpo, minha mente, meu espírito, meus pensamentos ainda estão mais leves, é para mim o melhor momento para leituras, principalmente leituras densas, leituras para modificar ideias e pensamentos, para reorganizá-los.
Assim é para mim ler Henri Bergson, como são também outros autores que possibilitam-nos levitar, meditar, que nos tiram do chão, que conduzem-nos num vôo, que nos libertam de algumas convenções, as mesmas que nos aprisionam em um pensamento rígido.
Exercício mental, flexibilidade para o pensamento, isso também gera prazer.
E para falar em Bergson, inicio esse estudo a partir do livro Matéria e memória - Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito.
Nesse contexto, "a lembrança representa precisamente o ponto de intersecção entre o espírito e a matéria". (p.p.5)
Bergson usa uma expressão que me passa uma beleza sem proporções que eu alcance dimensionar, quando diz sobre a atenção à vida:
"Há portanto, enfim, tons diferentes de vida mental, e nossa vida psicológica pode se manifestar em alturas diferentes, ora mais perto, ora mais distante da ação, conforme o grau de nossa atenção à vida". (p.p. 7)
É UMA PERCEPÇÃO SONORA DA VIDA!
A percepção sonora aqui referida, é de um som não audível ao ouvido comum, e sim àquele que é percebido na mente. Por ora, só nos cabe sentí-lo!
Sobre a lembrança, diz: "Não teríamos acreditado [...] que pudesse haver conexão entre análise da lembrança e as questões [...] a respeito da existência ou da essência da matéria. No entanto, essa conexão é real: ela é inclusive íntima". (p.p 9)
Sobre a lembrança, diz: "Não teríamos acreditado [...] que pudesse haver conexão entre análise da lembrança e as questões [...] a respeito da existência ou da essência da matéria. No entanto, essa conexão é real: ela é inclusive íntima". (p.p 9)
Ou seja:
Entre a análise da lembrança e a existência,
há uma conexão real e íntima.
Dois princípios como fio condutor para essa pesquisa:
1º. a análise psicológica deve pautar-se a todo momento sobre o caráter utilitário de nossas funções mentais, essencialmente voltadas para a ação.
2º. os hábitos contraídos na ação, transpostos á esfera da especulação, criam aí problemas factícios, e que a metafísica deve começar por dissipar essas obscuridades artificiais. (p.p.10)
A partir dessa leitura inicial, pensando e conversando por telefone com a minha amiga Roseli, eu concluo que NINGUÉM PERCEBE O MUNDO IGUAL AO OUTRO.
E ela me diz: é como aquela música: "Ninguém = Ninguém",...
E esta é a letra:
Ninguém = Ninguém
Engenheiros do Havai
Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém = ninguém
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém = ninguém
Me encanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença
Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
(se é que sente) a mesma indiferença
Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há palavras que nunca são ditas
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
Ninguém = ninguém
Me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
Ninguém = ninguém
Me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
Há pouca água e muita sede
Uma represa, um apartheid
(a vida seca, os olhos úmidos)
Entre duas pessoas
Entre quatro paredes
Uma represa, um apartheid
(a vida seca, os olhos úmidos)
Entre duas pessoas
Entre quatro paredes
Tudo fica claro
Ninguém fica indiferente
Ninguém = ninguém
Me assusta que justamente agora
Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
Ninguém fica indiferente
Ninguém = ninguém
Me assusta que justamente agora
Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
O que me encanta é que tanta gente
Sinta (se é que sente) ou
Minta (desesperadamente)
Da mesma forma
Sinta (se é que sente) ou
Minta (desesperadamente)
Da mesma forma
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais...
uns mais iguais...
Assista o videoclipe:
http://www.youtube.com/watch?v=J9tP5uj0ofM
E eu continuo: TODOS FORMAM IMAGENS E CADA UM FORMA IMAGENS DIFERENTES, AINDA QUE A PARTIR DO MESMO ESTÍMULO.
E ela então me diz: É isso mesmo!!!!
Por ora já está bom!
Obrigada, Bergson!
K.
Na minha qualificação para o doutorado, dia 11/11/2011, a partir das 11h11min, o Prof. Dr. Wilton Azevedo, que compôs a banca examinadora juntamente com a Profª. Lygia A. Eluf, disse-me que este livro do Bergson, Matéria e Memória, seria "o livro da minha tese"!!!
ResponderExcluirEstou caminhando nessa leitura,...