quarta-feira, 14 de março de 2012

Estudando Bergson!

Nas primeiras horas da manhã, quando meu corpo, minha mente, meu espírito, meus pensamentos ainda estão mais leves, é para mim o melhor momento para leituras, principalmente leituras densas, leituras para modificar ideias e pensamentos, para reorganizá-los.
Assim é para mim ler Henri Bergson, como são também outros autores que possibilitam-nos levitar, meditar, que nos tiram do chão, que conduzem-nos num vôo, que nos libertam de algumas convenções, as mesmas que nos aprisionam em um pensamento rígido.
Exercício mental, flexibilidade  para o pensamento, isso também gera prazer.

E para falar em Bergson, inicio esse estudo a partir do livro Matéria e memória - Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito.
Nesse contexto, "a lembrança representa precisamente o ponto de intersecção entre o espírito e a matéria". (p.p.5)

Bergson usa uma expressão que me passa uma beleza sem proporções que eu alcance dimensionar, quando diz sobre a atenção à vida:
"Há portanto, enfim, tons diferentes de vida mental, e nossa vida psicológica pode se manifestar em alturas diferentes, ora mais perto, ora mais distante da ação, conforme o grau de nossa atenção à vida". (p.p. 7)

É UMA PERCEPÇÃO SONORA DA VIDA!

A percepção sonora aqui referida, é de um som não audível ao ouvido comum, e sim àquele que é percebido na mente. Por ora, só nos cabe sentí-lo!

Sobre a lembrança, diz: "Não teríamos acreditado [...] que pudesse haver conexão entre análise da lembrança e as questões [...] a respeito da existência ou da essência da matéria. No entanto, essa conexão é real: ela é inclusive íntima". (p.p 9)

Ou seja:

Entre a análise da lembrança  e a existência,
há uma conexão real e íntima.

Dois princípios como fio condutor para essa pesquisa:

1º.  a análise psicológica deve pautar-se a todo momento sobre o caráter utilitário de nossas funções mentais, essencialmente voltadas para a ação.
2º. os hábitos contraídos na ação, transpostos á esfera da especulação, criam aí problemas factícios, e que a metafísica deve começar por dissipar essas obscuridades artificiais. (p.p.10)

A partir dessa leitura inicial, pensando e conversando por telefone com a minha amiga Roseli, eu  concluo que NINGUÉM PERCEBE O MUNDO IGUAL AO OUTRO.

E ela me diz: é como aquela música: "Ninguém = Ninguém",...
E esta é a letra:

Ninguém = Ninguém 

Engenheiros do Havai

Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém = ninguém
Me encanta que tanta gente sinta
(se é que sente) a mesma indiferença
Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há palavras que nunca são ditas
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
Ninguém = ninguém
Me espanta que tanta gente minta
(descaradamente) a mesma mentira
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
Há pouca água e muita sede
Uma represa, um apartheid
(a vida seca, os olhos úmidos)
Entre duas pessoas
Entre quatro paredes
Tudo fica claro
Ninguém fica indiferente
Ninguém = ninguém
Me assusta que justamente agora
Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
O que me encanta é que tanta gente
Sinta (se é que sente) ou
Minta (desesperadamente)
Da mesma forma
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais...
uns mais iguais...

Assista o videoclipe:
http://www.youtube.com/watch?v=J9tP5uj0ofM

E eu continuo: TODOS FORMAM IMAGENS E CADA UM FORMA IMAGENS DIFERENTES, AINDA QUE A PARTIR DO MESMO ESTÍMULO.

E ela então me diz: É isso mesmo!!!!

Por ora já está bom!
Obrigada, Bergson!

K.

Um comentário:

  1. Na minha qualificação para o doutorado, dia 11/11/2011, a partir das 11h11min, o Prof. Dr. Wilton Azevedo, que compôs a banca examinadora juntamente com a Profª. Lygia A. Eluf, disse-me que este livro do Bergson, Matéria e Memória, seria "o livro da minha tese"!!!
    Estou caminhando nessa leitura,...

    ResponderExcluir