quinta-feira, 8 de março de 2012

Minhas memórias de ateliê!

Eu tinha 10 anos quando entrei em um ateliê de pintura. O ateliê da Mônica, em Jundiaí - SP, ficava próximo da minha casa e passei a frequentá-lo todos os sábados à tarde, junto com algumas amigas, a Lilian, a Silviane, a Daniela, a Patrícia, a Francis,... Era muito divertido!  Pintávamos panos de prato, camisetas, ceråmica e telas à óleo.
Passei a visitar quinzenalmente o Museu Histórico de Jundiaí, que nesse tempo apresentava os projetos Jundiaí Hoje e Jundiaí Convida, exposições de artistas jundiaienses ou convidados de fora da cidade.
Dois anos depois foi a vez do ateliê da Sônia Regina Marquetti Zuquetto, na Rua Bela Vista, em Jundiaí. Dois anos depois, comecei a cursar também as aulas de desenho e pintura no Espaço Arte, o ateliê da professora Sônia M. Carletti, onde permaneci até meus 19 anos. Cavaletes, pranchetas, mesas, paletas, telas, tintas, pinceis, solventes, enfim esse universo fez parte da minha adolescência.
E então, passei a ter em casa, sempre, um espaço de ateliê, até que em 1993 o meu ateliê saiu de casa e passou a ocupar uma sala comercial ao lado do escritório de advocacia do meu pai, na Rua Coronel Boaventura M. Pereira, no Centro, em Jundiaí. Um espaço especial na minha história. Nesse momento, meu trabalho era pintar!!
Antes disso, ainda, eu tinha conhecido três artistas que me recebiam em seus ateliês com relativa frequência, para conversar sobre arte, para eu mostrar o estava produzindo, me orientavam, cada um a seu modo. Eram eles: O Élvio Santiago, o Tao Sigulda e o Inos Corradin. Cada um deles terá sempre um lugar especial na minha memória. Generosos, cada um na sua maturidade atística, orientavam meus passos nessa escolha de vida que eu fazia naquele momento. Sobre técnicas, repertório, sobre composição, materiais, exposições, galerias, viagens, tantos assuntos. Só posso agradecer a cada um.



Voltando ao meu ateliê, foi um período de mudança de patamar. Muita produção, experimentação, pesquisa, novas amizades, um espaço criativo e uma participação efetiva na vida cultural da cidade de Jundiaí, naquele momento.
Comprometimento com a arte e a cultura.
Nesse tempo eu vinha para São Paulo toda semana, visitava museus, exposições e galerias de arte.
Foi quando, em 1993 fui até a ECA USP, e conheci a a professora e artista Carmela Gross. Passei a frequentar como ouvinte suas aulas do curso de Pintura. Foi desse processo de mergulho no fundo da alma (se é que existe esse lugar) que decidi fazer outra faculdade. Naquele momento, eu terminava a graduação em Administração de Empresas, na faculdade Padre Anchieta, em Jundiaí.
Trabalhei mais um ano no ateliê, fechei. Fui fazer o cursinho Anglo e aos sábados o curso de Linguagem Arquitetônica no Anglo da Tamandaré, em São Paulo, outro ateliê, de desenho, com orientação do Rondino, Perrotti, Silvio e Herman.
Decidida a prestar o vestibular para  Artes Plásticas na USP e Educação Artística na UNICAMP, foi nessa última que eu passei e fiquei.
O ateliê na Universidade! Assunto para uma próxima postagem, ...

2 comentários:

  1. Keller,

    há vários pontos de convergência entre nossas estradas. Um desses pontos se refere aos ateliês!

    Nunca vou me esquecer do cheiro de tinta a óleo, da linda e frondosa mangueira no pátio interno no colégio das irmãs de S José em Itu... eu com 8 anos estava ali para aprender a pintar direitinho...rs.

    Hoje me questiono, acho que exigir que uma criança comece o fazer artístico pelo viés acadêmico não é nem de longe a melhor alternativa. Mas esse foi o meu começo, o começo possível.

    Comecei nesse espaço conservador, mas muito especial para mim, aos 8 anos, com dificuldade para copiar as imagens-modelo, acertar as tonalidades exatas. Segundo o método da irmã Ana Lucia, cada tonalidade da tela exigia uma mistura de pelo menos cinco tintas...rs

    E assim como vc, depois de anos viria o ateliê na universidade, como grande espaço de troca.

    Abraços, e que os seus ateliês sejam reinaugurados, dia após dia!

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  2. Como é bom compartilhar essas histórias de vida. Se foi o melhor caminho, já não é o que importa. Foi neles que semeamos o que somos hoje.
    Um abraço,
    K.

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