Revendo o caderno encontrei...
Um acidente: em São Paulo
22/07/2001
Eu estava em Diamantina.
Por telefone a notícia: O Emerson morreu.
No caderno, escrevi esse texto:
Imagens, memórias,
lembro dele sorrindo,
dos seus óculos de lentes grossas e aro preto.
Dos seus desenhos,
da nossa última longa conversa por telefone,
ele estava feliz!
Por que?
...assim é a vida
Lembro da sua garra, seus princípios, sonhos, do seu caráter, seriedade, determinação.
Alguém que deixou sua mensagem por aqui, transferiu seu conhecimento, amou, viveu, foi amigo de verdade de poucos, me incentivou sempre, fez humor, ...
Lembro da bermuda azul, na faculdade, ele na cantina do I.A. pensando,... da Helena - um grande amor.
A passagem por aqui é um tempo curto que podemos fazê-lo bom ou não, útil ou não, feliz ou não.
"As flores do jardim de Maria", pintadas na minha frente me mostram a alegria por viver, e me remetem a você, Emerson. Mas porque flores com morte? Elas não trazem meu amigo de volta, talvez amenizam o que estou sentindo, ... uma tristeza. E as flores? A alegria. As de Maria, um exemplo de vida, de luta e coragem.
Emerson, por aqui ficará uma saudade que só sente quem tem conheceu. Pra esta vida e este tempo, ainda ficam suas imagens e mensagens materializadas. E pra você, desejo um caminho amplo, iluminado, que você possa encontrar outros de nós, outros mestres, outros amigos, nova missão, coragem pra seguir em frente. E não se prenda a esse espaço que já te foi útil, enquanto esteve aqui, agora, nova trajetória. Talvez você possa percorrer nossos pensamentos. agora aquele corpo que você usou se desmanchará, mas o ser que cresceu ali tem que continuar vivendo em algum lugar.
É um momento que me pergunto:
O que somos?
(aqui)
Onde estamos?
(Hoje estou no chão)
Parece que você está no ar.
Mas o vento tem direções, e caminhos inesperados, que é só se soltar em uma forte corrente e se lançar num espaço inimaginável.
Parece que agora posso imaginar algo que existe e não cabe em uma forma delimitada - o vento, que contém e envolve a Vida.
Transcrita por mim mesma,
Keller Duarte
02/07/2012
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