domingo, 23 de setembro de 2012

Por onde andei: pelas Minas Gerais

Minas Gerais:
Poços de Caldas, Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Congonhas do Campo, Tiradentes, São João del Rei, Sabará, Diamantina, Milho verde, Jequitibá, Caraça, Brumadinho/Inhotim, ...

Serras, cascatas, chão, trilhas na mata, morros, pedras, cidade, ...
















  














Comida mineira: tutu a mineira, pão de queijo, doce de leite, queijo, ambrosia, café, ...

Literatura:
A terceira margem do rio - de Guimarães Rosa.
E de Drumond:

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Música: Clube da Esquina

Pinturas: Alberto da Veiga Guignard, ...


Arquitetura: colonial, moderna, contemporânea...

O Barroco mineiro de Aleijadinho,....

Minas de Juscelino ...

de Marília e Dirceu

da inconfidência,

do ouro,

da pedra sabão




da maria fumaça,
















ou simplesmente:
Minas!

K.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Por onde andei: visitando exposições

No dia 11/09/2012, fui pela segunda vez na exposição Cor, Luz e Movimento, do Carlos Cruz Diez, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Dessa vez, estava com um grupo de alunos da Oficina: Imagem, pintura e fotografia na criação publicitária, oferecida no curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Era presciso ver ao vivo!
Para quem viu foi uma experiência única. As imagens são para recordar...









segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Marcas do tempo num muro em Diamantina

Na tarde do dia 10/07/2001, fiz uma caminhada pela cidade de Diamantina com Isaura Pena, Renato Madureira e o grupo de alunos da oficina.
Paramos diante de um muro.



Reflexões diante do muro...
A cidade tem condição de reter as informações das civilizações.

Presença de diversos tempos num mesmo muro.
Cicatrizes no muro.
Como nós deixamos nossas marcas?
...




No final daquela tarde, paramos em frente à Igreja de São Francisco de Assis, para assistir "A florista", uma apresentação de teatro de bonecos com o grupo Caixa de Imagens.

 Uma boneca que com toda sensibilidade chama crianças e adultos (ou a criança que está dentro de cada um), para num gesto de carinho entregar uma flor, ao som de uma bela música.


Grupo de teatro de bonecos Caixa de Imagens
http://notamboretedasala.blogspot.com.br/

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Por onde andei: Havana - Cuba - 1999

Ver, ouvir, sentir, perceber, conhecer Havana/Cuba a partir do meu corpo, do meu ponto de vista.
Essa viagem imprimiu imagens e sensações em mim como o estouro da onda quando bate no muro do Malecon. É lindo!! Especialmente naquela tarde de sábado, 13/11, porque havia muito vento. Essa impressão primeira de Havana,  me encanta e emociona.


A bandeira flamejando indica a direção do vento. Marcelo Moschetta, eu e a Lara Romagnano estavamos lá, sentindo o vento em Havana. Era nosso primeiro dia naquela cidade.
Na foto, Lara, Marcelo, Beto, eu, Luciana e Marcelo Muller que encontramos no saguão do Hotel Nacional. Marcelo Muller, um amigo meu de Jundiaí-SP,  estava vivendo lá e estudando cinema.
Saímos do Hotel Nacional caminhando por Havana: Havana velha, centro, Capitólio, Igreja de São Francisco, ...
É incrível a sensação de de ver algumas coisas pela primeira vez, outras semelhantes as já vistas em outro lugar e outras iguais em qualquer lugar.

No domingo seguíamos com destino à praia de Santa Maria quando no caminho conhecemos a senhora Alg, que caminhou um pouco conosco por Havana Velha. Entre tantas histórias, disse ela sobre Cuba: "Aqui é olhar, ouvir e calar!"
Nos encontramos em frente a árvore da amizade. Para esse local, diversos países amigos de Cuba enviaram uma porção de terra de cada país, e ali foi plantada essa árvore, símbolo da Amizade.
Chegando em Santa Maria, a caminho da praia, esse foi o registro do meu olhar.

Um lugar encantador, a cor do mar, o calor, ... nos batizamos nas águas do mar Caribe!











15/11/99
1º dia no "Taller Ascensor al Paraíso", conduzido por Antonio Martorrel, propõe uma intervenção coletiva feita com xilogravura na Casa das Américas.

"O que é o paraíso?"
"Onde é o paraíso?"
"Como é o paraíso?"

Paraíso coletivo?
Paraíso individual?

Vivemos um processo de criação de pensarmos juntos!
E outro de pensarmos individualmente.
Um esboço  do meu projeto para as placas de xilo que serão gravadas por mim e integram o projeto coletivo.

 Como peças de um grande quebra-cabeça, nesta foto estou gravando uma das placas.

Mais uma vez o caderno, como um diário de bordo, acolhe impressões, ideias, notações, registros da viagem. O álbum de fotos complementa esses registros dessa experiência vivida por mim.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mostra-Me Cuba - dos encontros do Festival de Inverno da UFMG - Diamantina para o II Festival do Instituto de Artes da UNICAMP

Mostra-Me Cuba
                             foi o nome da exposição que aconteceu no Hall da Biblioteca Central da UNICAMP durante o feia.2 e que contou com: José Roberto Shwafaty, Keller Duarte, Lara Romagnano, Luciana Valio, Marcelo Moscheta, Pablo Lobato, Sérgio Borges, Eva Queiroz,
Leandro HBL, João Flávio Flores, Felipe FCMC.
Essa exposição sela  um encontro, uma coincidência, fecha um ciclo que me coloca em meio a um grupo de jovens artistas, fotógrafos, que tinham em comum uma experiência singular, estética e artística vivida em Cuba no ano de 1999.
O encontro se deu em Diamantina, MG, em julho de 2000, para rever Cuba e então mostrá-la e mostrar-nos na UNICAMP -Campinas - SP, em setembro de 2001, durante o 2º Festival do Instituto de Artes da UNICAMP.
Nossos olhares sobre Cuba, nossas impressões, ficaram ali expostas.
A exposição coletiva de fotografias  foi apresentada no festival assim como o filme "Mira", realizado pelos mineiros Pablo Lobato, Sérgio Borges, Eva Queiroz, Leandro HBL, João Flávio Flores, Felipe FCMC, durante a viagem deles por aquele país. Contamos também com a presença de Pablo e Felipe que conversaram com os alunos sobre esse processo até a realização do filme.

Para ver um trecho do filme Mira acesse: http://www.teia.art.br/

Na exposição Mostra-Me Cuba, apresentamos fotografias feitas em Cuba. Onze olhares diferentes sobre aquele país.
Viajei para Havana - CU, na noite de 12/11/1999 com Marcelo Moschetta, Lara Romagnano, Luciana Valio e José Roberto Shwafaty (o Beto). Lá chegamos por volta de 7:30 do dia 13, com destino a Vedado, Calie 17 (entre 26 e 28). Fomos recebidos por uma família indicada pela professora Maria Lúcia Bueno.

Paralelamente ao projeto coletivo para o qual fomos até Havana - CU, que aconteceu na casa das Américas, nós nos propomos a produzir um ensaio fotogáfico naquele lugar, cada com com suas impressões sobre aquele país.
Segue aqui as fotos que integraram o meu ensaio fotográfico em Havana - CU, 1999.








quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Desdobramentos da minha experiência em Diamantina



Uma dentre tantas fotos feitas na cidade de Diamantina - MG, foi selecionada entre as 15 finalistas do Concurso Imagem - Jundiaí e participou da exposição da imagem foto.ótica em outubro de 2000.


















Em 2001, eu participava do ateliê de gravuras do SESC Pompéia, quando em julho fui para Diamantina. Quando retornei, as imagens de lá influenciaram a minha produção em desenho e gravuras aqui, em São Paulo, sob orientação do artista e professor Evandro Carlos Jardim.
O caderno do ateliê, foi uma produção coletiva do grupo de artistas e alunos do ateliê.




Desenhos com grafite, cêra e bastão de óleo branco também apresentam as minhas impressões do chão de Diamantina.


Este, e outros dois desenhos foram selecionados e participaram da exposição final do Mapa Cultural paulista - fase estadual/2006.



Estes são alguns dos desdobramentos realizados por mim a partir daquela experiência singular vivenciada em Diamantina, MG (2000 -2001).

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Diamantina: chegadas, encontros e partidas

Passagens, bilhetes, tickets,...
Jundiaí a Campinas: Viação Lira
Campinas a Belo Horizonte: Gardenia
Belo Horizonte a Diamantina, ufa!!! cheguei!!!
Uma página do caderno guarda essa trajetória.


Lá encontrei: Rua Macau de Baixo * (fiz 4 frotagens)
                      Rua Macau do Meio * (fiz 5 frotagens nessa rua e um desenho da porta no chão)
                      Rua Macau de Cima
K.

domingo, 2 de setembro de 2012

Do chão de Diamantina

Percorrer espaços, representá-los, interferir neles, deixar uma marca, conhecê-los e com esse novo repertório, compor uma nova viagem plástica, é o que veio ocorrendo comigo nesses últimos anos.
Falar de uma cidade, a partir das primeiras impressões que se tem ao chegar, das terras, das pedras ou do asfalto, ou dos seus cartões postais. Ou ainda dos seus nomes, capaz de evocar à vista a luz, a cor, o cheiro, os rumores e até o ar no qual paira a poeira de suas ruas.



É por meio desses indícios e não das descrições, que se pode obter uma verdadeira imagem dos lugares.
Nelson Brissac Peixoto, no livro Paisagens Urbanas, indaga:
"Por que se viaja se não para verificar?
Verificar uma coisa qualquer, algo inexprimível, que vem da alma, de um sonho ou pesadelo. Ainda que seja para saber se uma cor improvável, um raio de luz verde, ou uma atmosfera púrpura existem mesmo em algum lugar."
E talvez para verificar a forma e o tamanho das pedras, as marcas daquele chão que suga o olhar, no chão de Diamantina, ou para mapear outros espaços, interferir noutra cidade, deixar uma marca da passagem que aquele espaço causou em mim.



E esse pedaço de pano, de papel, (ou essa tela luminosa) nunca mais serão como os outros. Eles trazem as marcas de um chão, uma vivência, uma impressão da paisagem.

Keller Duarte

Por onde andei e com quem andei: Emerson Luiz. Um instante levou meu amigo.

Revendo o caderno encontrei...

Um acidente: em São Paulo
22/07/2001
Eu estava em Diamantina.
Por telefone a notícia: O Emerson morreu.

No caderno, escrevi esse texto:

Imagens, memórias,
lembro dele sorrindo,
dos seus óculos de lentes grossas e aro preto.
Dos seus desenhos,
da nossa última longa conversa por telefone,
ele estava feliz!
Por que?
...assim é a vida
Lembro da sua garra, seus princípios, sonhos, do seu caráter, seriedade, determinação.
Alguém que deixou sua mensagem por aqui, transferiu seu conhecimento, amou, viveu, foi amigo de verdade de poucos, me incentivou sempre, fez humor, ...
Lembro da bermuda azul, na faculdade, ele na cantina do I.A. pensando,... da Helena - um grande amor.
A passagem por aqui é um tempo curto que podemos fazê-lo bom ou não, útil ou não, feliz ou não.
"As flores do jardim de Maria", pintadas na minha frente me mostram a alegria por viver, e me remetem a você, Emerson. Mas porque flores com morte? Elas não trazem meu amigo de volta, talvez amenizam o que estou sentindo, ... uma tristeza. E as flores? A alegria. As de Maria, um exemplo de vida, de luta e coragem.
Emerson, por aqui ficará uma saudade que só sente quem tem conheceu. Pra esta vida e este tempo, ainda ficam suas imagens e mensagens materializadas. E pra você, desejo um caminho amplo, iluminado, que você possa encontrar outros de nós, outros mestres, outros amigos, nova missão, coragem pra seguir em frente. E não se prenda a esse espaço que já te foi útil, enquanto esteve aqui, agora, nova trajetória. Talvez você possa percorrer nossos pensamentos. agora aquele corpo que você usou se desmanchará, mas o ser que cresceu ali tem que continuar vivendo em algum lugar.
É um momento que me pergunto:
O que somos?
(aqui)
Onde estamos?
(Hoje estou no chão)
Parece que você está no ar.
Mas o vento tem direções, e caminhos inesperados, que é só se soltar em uma forte corrente e se lançar num espaço inimaginável.
Parece que agora posso imaginar algo que existe e não cabe em uma forma delimitada - o vento,  que contém e envolve a Vida.

Transcrita por mim mesma,
Keller Duarte
02/07/2012

sábado, 1 de setembro de 2012

Por onde andei: Diamantina: julho de 2000

Uma coisa puxa outra...
Foi lendo a revista PALAVRA, edição Julho de 2000, com a matéria assinada por Anna Karina Bartolomeu: AS CICATRIZES DA REVOLUÇÃO, que descobri um grupo de seis jovens que realizaram o documentário "Mira!", filmado em Cuba. Na ocasião essa descoberta me motivou tanto a assistir o filme, ver a exposição, conhecer o grupo, que fui para Diamantina - MG naquele mês para acompanhar todo lançamento do grupo. O assunto me causou tamanho interesse porque no final de 1999 eu também tinha estado em Cuba para realização de outro projeto, ou melhor, para viver uma outra experiência singular!! ... mas essa é outra história que contarei em outra postagem.
Dessa primeira viagem para Diamantina ficou a minha surpresa, o meu encantamento com aquela cidade e principalmente com o Festival de Inverno da UFMG.
Dessa primeira paragem ficaram algumas lembranças: a revista Palavra, fotografias, desenhos e poesias.

Vim a Diamantina
Reencontrar Cuba
Mexer na gaveta
da memória
Remexer com os sentidos
Lembrar da cor, do som
da gente cubana.

Aqui eu vivo bem e sou feliz ...
A felicidade só pode ser sentida
com simplicidade.
A alegria, o aconchego, o jeito mineiro
o pão de queijo quentinho, rosquinhas, bolachas,
bolo, sorvete, frutas, comida,... fartura.
É, Cuba me lembra comida
Alimento pro corpo e pra alma
O que alimenta a vida
tanto daqui como de lá.
Aqui em Diamantina, nas ruas, nas casas
se exala o cheiro bom das delícias caseiras
das Catarinas, Marias, Ivanas, Carmelas.
Revendo imagens, lugares
Um quarto
Tudo cabe dentro do quarto, da casa antiga
Marcas do tempo envolvem espaços, sob a luz do abajur.



Keller Duarte
13/07/2000



Mais uma coincidência do encontro...
lua, noite, ônibus, revista Palavra
pão de queijo com requeijão...
Regresso, revista, vista, Mira!
Mira Cuba, Mira foto, Mira filme,
Mira ilha! Mira Diamantina...
O telefone liga, toca, liga,
a ponte ...

Pablo Lobato - Belo Horizonte.

pela ideia, lembrança, ideal de
Havana, hoje estou em
Diamantina, no mercado
restaurado.
A viagem, um sono ...
A cidade está em festa, é tempo de festival de arte.
Chegada, parada, pedras,
caminhos de pedras, pedras no
caminho, muro de pedras na estrada ...
montanha de pedras.
Em meio a tantas pedras, o
diamante Diamantina.

Keller Duarte
13/07/2000



Olhar pro chão
chão de pedras
subir, descer
caminhar
caminhos ...
ladeiras
becos
praças
lugares
um espaço truncado
espaço dinâmico
o acúmulo das construções
construções de pedras
pedras velhas
velha arquitetura
dura, que resiste no tempo
guarda o tempo
tempo, lugar e gente
gente com sotaque na fala
a fala da velha, do velho,
do menino.
Menino engraxate, que
engraxa sapatos de couro
num tempo que usa tênis
de pano, e ele caminha
com caixa e banquinho.
Olhar Diamantina de dentro
do mercado pra fora
A cidade se ergue em volta
Do outro lado, arcos e telhados.

Keller Duarte
13/07/2000


Chegar em Diamantina e olhar pro chão
Chão de pedras, muita pedra
Mosaico bruto
Exposto ao céu
Depois de muito chão
Parar e olhar pro céu
Noite com lua e estrelas
Lua cheia, redonda
Clareia o chão
Olhar pra frente, distante
e próxima
se ergue a serra, grande rocha
Caminhos da serra
Caminhos dos escravos
Escavados na montanha
Na busca da pedra
pedra rara, pedra escassa
pedra bela.
Ela trouxe o garimpo
e o garimpeiro que sonha
com ela
pedra que brilha, fascina,
cega,
só vejo agora o ladrilho desse chão.


Keller Duarte
07/2000















As pedras são
as células da cidade.
As pessoas circulantes
são o fluído
desse corpo.

Keller Duarte
07/2000

Na noite fria
O casaco vermelho
a taça de vinho
 - espaguete à bolonhesa
o filme do Almodóvar
desejo!

Keller Duarte
07/2000


Algumas produções e fragmentos dessa viagem deixaram marcas para me fazer voltar pra lá no ano seguinte, dessa vez participando do festival, e estando lá por todo o mês de julho de 2001.
Esse é o o tema da proxima postagem.
Onze anos depois, essa experiência foi identificada como uma experiência singular, e integra um artigo e uma publicação do projeto "Por onde andei".
K.