Artista contemporânea, Keller Duarte parece agir como os anjos
de Wim Wenders: em seus incessantes deslocamentos, sabe singularmente compor
olhares tão próximos quanto distantes.
São, sempre, pontos de
vista íntimos e, paradoxalmente, panorâmicos. – que apelam, quase sempre, para densidades
sensoriais.
Em múltipla dimensão,
tanto técnica quanto conceitual, a artista
configura suas tessituras entre vida e arte.
Com sua arte, então, Keller Duarte acaricia a linguagem: transformando
lugares em experiência e observações em memória.
Nas Minas Gerais, por
onde a artista já andou, colheu impressões: da paisagem, da gente, das coisas.
Andou, por lá, resgatando cenas mineiras originalmente apreendidas junto do
olhar paterno, reelaborando sua expressão artística e articulando fatos com
formas e imagens com plasticidades. Desenhou de observação, decalcou a
natureza, capturou objetos, fotografou a terra... E, com os genuínos pigmentos
da memória, tingiu de afeto a nossa percepção!
Marcos Rizolli
Primavera de 2012
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