domingo, 2 de setembro de 2012

Do chão de Diamantina

Percorrer espaços, representá-los, interferir neles, deixar uma marca, conhecê-los e com esse novo repertório, compor uma nova viagem plástica, é o que veio ocorrendo comigo nesses últimos anos.
Falar de uma cidade, a partir das primeiras impressões que se tem ao chegar, das terras, das pedras ou do asfalto, ou dos seus cartões postais. Ou ainda dos seus nomes, capaz de evocar à vista a luz, a cor, o cheiro, os rumores e até o ar no qual paira a poeira de suas ruas.



É por meio desses indícios e não das descrições, que se pode obter uma verdadeira imagem dos lugares.
Nelson Brissac Peixoto, no livro Paisagens Urbanas, indaga:
"Por que se viaja se não para verificar?
Verificar uma coisa qualquer, algo inexprimível, que vem da alma, de um sonho ou pesadelo. Ainda que seja para saber se uma cor improvável, um raio de luz verde, ou uma atmosfera púrpura existem mesmo em algum lugar."
E talvez para verificar a forma e o tamanho das pedras, as marcas daquele chão que suga o olhar, no chão de Diamantina, ou para mapear outros espaços, interferir noutra cidade, deixar uma marca da passagem que aquele espaço causou em mim.



E esse pedaço de pano, de papel, (ou essa tela luminosa) nunca mais serão como os outros. Eles trazem as marcas de um chão, uma vivência, uma impressão da paisagem.

Keller Duarte

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